O som seco do metrónomo do relógio aumenta o ritmo do compasso do tempo. Um formigueiro percorre-me o esqueleto. O sangue que corre nas veias abrasa-me. Sente-se uma refrigeração do céu crepuscular. O tempo cavalga de nuvem em nuvem… a noite está a chegar.
Um teatro de sombras percorre o peão do xadrez da vida. Ao cimo, o portão da metamorfose edifica-se. Da caixa do correio, à espera do meu bilhete de ida, sobrevoam os peixes que me lançam a chave.
Abalei as profecias dos que, sibilamente, projectaram a voz. Estilhacei a redoma que envolvia a maçã. Destruí as muralhas do desejo. E, então, fez-se luz: a chave que recebi era o sonho que me aguarda e a maçã, o adubo certo para germinar a minha partida.
3 comentários:
Arnaldo... Vizinho... Amigo... :D
Estás cada vez melhor, a escrever, CLARO! Aquela 1ª frase mudou-me logo o estado de espírito. Mto bom mesmo... ;)
Já mudavas de estilo de pintura? Sempre o rectângulo dentro do rectângulo... É q já não se pode. ;)
Aquele Abraço
O rectângulo dentro do rectângulo é a "moldura" da VIDA...é o PORTÃO que separa os sonhos das realidades...É por isso que são diferentes as imagens...É por isso que conseguimos ver o "peão" que se arrasta no tabuleiro...Faz parte da IMAGEM...Tudo que está para lá do rectângulo é o teatro de sombras...é lá que se compra o bilhete de ida e podemos estilhaçar a redoma... e destruir as muralhas...
Isto é o que penso e sinto. Só o Arnaldo pode falar do que o leva a pintar no rectângulo dentro do rectângulo. Peço desculpa de me meter no meio da VOSSA conversa...mas quando se entra nesta Galeria, passa-se para lá do rectângulo!
Um Abraço e um OBRIGADA pelas palavras que se juntam às telas...ou será ao contrário?
Tenho espreitado...na ânsia de encontrar mais pinceladas que me ajudem a empurrar para longe umas nuvens negras....mas tenho de olhar e rever as que já conheço...Mas acredita que é bom rever os tons de mar com salpicos de vermelho da MAÇÃ que não desiste. Um Beijo
Enviar um comentário