terça-feira, abril 20, 2010

A espera da Crisálida

(120 cm x 100 cm)

O som seco do metrónomo do relógio aumenta o ritmo do compasso do tempo. Um formigueiro percorre-me o esqueleto. O sangue que corre nas veias abrasa-me. Sente-se uma refrigeração do céu crepuscular. O tempo cavalga de nuvem em nuvem… a noite está a chegar.
Um teatro de sombras percorre o peão do xadrez da vida. Ao cimo, o portão da metamorfose edifica-se. Da caixa do correio, à espera do meu bilhete de ida, sobrevoam os peixes que me lançam a chave.
Abalei as profecias dos que, sibilamente, projectaram a voz. Estilhacei a redoma que envolvia a maçã. Destruí as muralhas do desejo. E, então, fez-se luz: a chave que recebi era o sonho que me aguarda e a maçã, o adubo certo para germinar a minha partida.