terça-feira, novembro 10, 2009

O Ovo da Maçã 21:11

( 50cm x 40cm )

Momentos houve em que cheguei a sentir os dedos fortes do ar a apertar a minha ventilação. Sentia-me inerte. Hirto. Contrariando o destino, os alicerces das minhas veias conseguiram suportar esse estrangular.
Pouco a pouco, muito lentamente, foram-se soltando os dedos que me sufocavam. Abri a porta ao momento. Senti o calor que me invadia de novo e fazia o meu sangue ranger e correr nas minhas
veias.
Acordei. Olhei para o calendário. Eram 21:11. Com o corpo entorpecido, percorria-me uma sensação extasiada de ter voltado a sair do ventre da mulher que me pariu.