Como marés rígidas e desavergonhadas,
Na cadência compassada da ondulação,
Dois corpos entrelaçados conspiram,
Na desordem de uns lençóis.
Atraída pelo calor emanado,
A jovem maçã virgem estremece.
Sente a lambidela de um pincel
Arrepia-se
Entrega-se
Dá-se ao inesperado reflexo
Altamente carregado de sensualidade.
Sente cravar na pele a boca
Sente no seu interior o fogo.
Vibra.
A um ritmo alucinante
As sensações vão sucedendo
Aumentando…
Aumentando…
E quando já nada parecia abrandar
Palpita uma explosão
Jorra um leito de sémen
Extenuados, os dois corpos deixam de conspirar.
Flutuam, agora, na mansidão pudica de um mar.