Quero beber com lábios de prazer, inalar o teu perfume, sentir a luxúria... Provar-te com a ponta da língua, arrepiar-me com o teu estremecer... Prende a minha mão incendiada e rega-me os olhos com desejos, deixa-me nos beijos o sabor doce da Maçã, deixa-me ser o teu pensamento a divagar por entre os sonhos, as ilusões, as descrenças e as esperanças da tua mente. Deixa-me ser o toque das tuas mãos, deixa-me ser o mar que te acalma, deixa-me ser a areia que te cobre os pés...Pergunta à maçã por mim. Pergunta assim como eu perguntei um dia, como era teu cheiro, como era o teu estremecer. Pergunta-lhe como eu lhe perguntei um dia como me perder em ti... Anda Navegar no meu barco e beber o fruto...
sábado, outubro 04, 2008
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9 comentários:
Gosto da torneira que se abre do céu em torrente de pecado. Da estratégia do tabuleiro de xadrez despido de peças no entanto vestido de desejo. Gosto do auge do tempo a correr na areia da ampulheta que talvez partida o faz descer montanha abaixo. Gosto do mar de céu a atrofiar e a agonizar nas guelras dos peixes. Gosto da vela-mulher presa ao mastro do navio à deriva.
Gosto do inverno da arvóre que contrasta com o reflexo do pincel que se arrasta para fora da tela. Mas hoje... gostei ainda mais das tuas palavras...
:)
Kiss para ti, surrealizado :)
Os meus sinceros parabéns pelas telas. São o máximo...(a medida que gosto de usar tb).
Bjs...bom fds
Apenas e só o que toda a gente deseja!
Olá Arnaldo, gostava de ter a noção de, com quem estou a falar, vê-lá se pões uma foto tua para a malta ver!!!!já agora! onde é que fica os colhões de Portugal???????
Olá Arnaldo, podes responder para o mail alexandraartes@netvisao.pt ou se preferires no blog ou hi5, tens o dom da pintura e da escrita...beijos e porquê que não tens o meu blog na tua lista de links?????????
O desejo é a perfeição.
Um bom ano para ti meu amigo!!! Sao os votos da alentejanita
Abres - fechas - abres - fechas!
Já me começo a habituar!
:P
Olhámo-nos um dia,
E cada um de nós sonhou que achara
O par que a alma e a carne lhe pedia.
- E cada um de nós sonhou que o achara...
E entre nós dois
Se deu, depois, o caso da maçã e da serpente,
...Se deu, e se dará continuamente:
Na palma da tua mão,
Me ofertaste, e eu mordi, o fruto do pecado.
- O meu nome é Adão...
E em que furor sagrado
Os nossos corpos nus e desejosos
Como serpentes brancas se enroscaram,
Tentando ser um só!
Ó beijos angustiados e raivosos
Que as nossas pobres bocas se atiraram,
Sobre um leito de terra, cinza e pó!
Ó abraços que os braços apertaram,
Dedos que se misturaram!
Ó ânsia que sofreste, ó ânsia que sofri,
Sede que nada mata, ânsia sem fim!
- Tu de entrar em mim,
Eu de entrar em ti.
Assim toda te deste,
E assim todo me dei:
Sobre o teu longo corpo agonizante,
Meu inferno celeste,
Cem vezes morri, prostrado...
Cem vezes ressuscitei
Para uma dor mais vibrante
E um prazer mais torturado.
E enquanto as nossas bocas se esmagavam,
E as doces curvas do teu corpo se ajustavam
Às linhas fortes do meu,
Os nossos olhos muito perto, imensos
No desespero desse abraço mudo,
Confessaram-me tudo!
...Enquanto nós pairávamos, suspensos
Entre a terra e o céu.
Assim as almas se entregaram,
Como os corpos se tinham entregado.
Assim duas metades se amoldaram
Ante as barbas, que tremeram,
Do velho Pai desprezado!
E assim Adão e Eva se conheceram:
Tu conheceste a força dos meus pulsos,
A miséria do meu ser,
Os recantos da minha humanidade,
A grandeza do meu amor cruel,
Os veios de oiro que o meu barro trouxe...
Eu os teus nervos convulsos,
O teu poder,
A tua fragilidade,
Os sinais da tua pele,
O gosto do teu sangue doce...
Depois...
Depois o quê, amor? Depois, mais nada,
- Que Jeová não sabe perdoar!
O Arcanjo entre nós dois abrira a longa espada...
Continuámos a ser dois,
E nunca nos pudemos penetrar!
José Régio
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